Os agentes da Polícia Rodoviária Federal envolvidos na abordagem que culminou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, admitiram o uso do spray de pimenta e gás lacrimogêneo, segundo boletim divulgado pela PRF nesta quinta-feira (26).
Os agentes afirmaram, entretanto, que Genivaldo faleceu “possivelmente devido a um mal súbito”.
Em nota, o IML afirma que o corpo de Genivaldo deu entrada às 18h20 ontem para realização da perícia. O laudo definitivo ainda está em produção, mas os legistas identificaram que Genivaldo sofreu “insuficiência aguda secundária a asfixia”.
“A asfixia mecânica é quando ocorre alguma obstrução ao fluxo de ar entre o meio externo e os pulmões. Essa obstrução pode se dar através de diversos fatores e nesse primeiro momento não foi possível estabelecer a causa imediata da asfixia, nem como ela ocorreu”, diz o IML.
Quando concluído, o laudo seguirá para a Polícia Federal.
Morte
No início da ação, os policias verificam a documentação de Genivaldo e em seguida prosseguem com a revista. A vítima, que aparece vestida com uma camisa vermelha e bermuda jeans, levanta as mãos e as coloca na cabeça, permitindo a abordagem. Neste momento, no entanto, começa a ouvir xingamentos por parte dos agentes. Incomodado com as palavras, Genivaldo tenta se desvencilhar do policial.
Em outro trecho, a vítima já aparece no chão, com dois policiais em cima dele. Um tenta imobilizá-lo colocando a perna em seu pescoço. Outro agente se aproxima armado. Ainda no chão, Genivaldo é amarrado nas pernas e nas mãos e levado para o camburão da viatura. As pernas de Genivaldo ficam do lado de fora, enquanto um dos policiais pressiona a porta do local. Neste mesmo momento, é possível verificar uma fumaça saindo de dentro do veículo. A vítima começa, então, a gritar.
À reportagem da TV Sergipe, o sobrinho de Genivaldo, que presenciou toda a ação, contou que o tio pilotava uma motocicleta. “Eu estava próximo e vi tudo. Informei aos agentes que o meu tio tinha transtorno mental. Eles pediram para que ele levantasse as mãos e encontraram no bolso dele cartelas de medicamentos. Meu tio ficou nervoso e perguntou o que tinha feito. Eu pedi que ele se acalmasse e que me ouvisse”, contou.
“Eles jogaram um tipo de gás dentro da mala, foram para delegacia, mas meu tio estava desacordado. Diante disso, os policiais levaram ele para o hospital, mas já era tarde”, relatou Wallyson.
A família informou que registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia da cidade. O corpo deu entrada no Instituto Médico Legal (IML), em Aracaju, por volta das 18h30. O caso vai ser remetido e investigado pela Polícia Federal.
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal informou que um homem de 38 anos resistiu ativamente a abordagem de uma equipe PRF e que, “em razão da sua agressividade”, foram usadas técnicas de imobilização. “ele foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil. No entanto, durante o deslocamento, passou mal, foi socorrido e levado para o Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito”.
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