A cidade do Rio de Janeiro tem dado passos cada vez mais largos para se tornar a capital da inovação na América Latina. A Prefeitura vem trabalhando na inclusão digital dos cariocas, com iniciativas como a criação do Porto Maravalley e do projeto Programadores Cariocas, assim como a construção dos Ginásios Educacionais Tecnológicos (GETs). Além disso, o município conquistou o direito de ser a sede, até 2028, do Web Summit, um dos maiores eventos de inovação e tecnologia do mundo. E, em parceria com o governo federal, inaugurou recentemente a Faculdade da Matemática – IMPA Tech, primeira graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).
Confira os detalhes de cada uma dessas iniciativas:
Porto Maravalley
O Porto Maravalley, ou POMAR, é o novo hub de inovação e tecnologia criado pela Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), da Invest.Rio e da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar). A ideia é reunir o conhecimento gerado por instituições de ensino e centros de pesquisas com as empresas de tecnologia para criar densidade no setor e gerar mais negócios para a cidade, transformando o Rio na capital da Inovação da América Latina. Além disso, deve movimentar a região do Porto Maravilha, revitalizada, com mais moradores e iniciativas para que a cidade cresça nessa região central.
Com impacto de médio e longo prazo, com o Porto Maravalley a Prefeitura pretende formar os melhores profissionais do país em ciências matemáticas, atrair investimentos e reter talentos. Por exemplo, os alunos que se capacitarem no IMPA Tech, com formação teórica e prática sólida em matemática da tecnologia e inovação, estarão no mesmo ambiente em que empresas do setor, com mais chances de desenvolver suas habilidades.
O espaço terá a gestão do Rio Energy Bay (REB) – resultado de um programa do MIT REAP (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) que visa o desenvolvimento e aceleração locais, com foco em inovação e tecnologia. Essa foi a primeira vez que uma cidade brasileira participou da iniciativa.
Impa Tech
A Faculdade da Matemática – IMPA Tech, primeira graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) foi construída em um galpão do Porto Maravalley, na Zona Portuária. São mais de 10 mil m² dedicados à educação de ponta e inovação em hub de empresas de tecnologia. São 13 salas de aula e oito laboratórios, além de biblioteca, auditório, salas de estudo e espaço de uso comum.
A graduação será 100% gratuita para alunos selecionados em todo o Brasil, que contarão com ajuda de custo e alojamento, nos apartamentos comprados pela Prefeitura do Rio, localizados próximos à faculdade. Eles estudarão por quatro anos – o bacharelado em Matemática da Tecnologia e Inovação inicia com um ciclo básico de um ano e meio. Após esse período, os estudantes escolhem em qual das quatro ênfases pretendem seguir: Matemática, Ciência da Computação, Ciência de Dados e Física.
Para a seleção dos alunos, foi considerado o desempenho em cinco olimpíadas do conhecimento, como a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), que é a maior do país e conta com a participação de 18 milhões de estudantes, além da nota de matemática do Enem e entrevistas.
A Prefeitura do Rio investiu R$ 45 milhões em obras e compra dos equipamentos, além de garantir moradia para os alunos com um aporte de mais R$ 45 milhões em compra de 67 apartamentos de três quartos no Porto e de estadia temporária em hotel do entorno. Já a União vai investir até R$ 18,7 milhões em 2024, nos cursos de Matemática, Física, Ciência da Computação e Ciência de Dados.
Web Summit
Pelo segundo ano consecutivo, a cidade abrigou o Web Summit Rio, um dos maiores eventos de inovação e tecnologia do mundo. Durante quatro dias, o evento no Riocentro reuniu cerca de 30 mil pessoas, de mais de 100 nacionalidades diferentes. Entre elas, milhares de líderes empresariais e representantes de gigantes da tecnologia de todo o mundo, impulsionando a economia local e o ecossistema de inovação.
A cidade vai sediar mais quatro edições do Web Summit Rio e a expectativa da Prefeitura é que o evento movimente R$ 1,5 bilhão na economia carioca até 2028.
Na segunda edição do Web Summit, a Prefeitura conta com um estande da Invest.Rio, a agência de atração de investimentos da cidade. Uma das atrações do estande é o Sandbox.Rio Corner, um espaço dedicado à exibição de projetos já aprovados nesse programa realizado por intermédio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE). O programa é reconhecido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelo Tribunal de Contas da União como referência no Brasil. O Sandbox.Rio elimina barreiras à entrada de inovação na cidade, que em breve ganhará um ponto de drone para entrega de cerveja e um eletroposto em área pública e exclusivo para o abastecimento de carros elétricos, ambos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Ginásio Experimental Tecnológico (GET)
Desde o início de 2022, a Prefeitura do Rio decidiu investir em um novo modelo de ensino e criou o Ginásio Experimental Tecnológico (GET), que oferece uma educação mais sólida em ciências matemáticas e visa preparar os estudantes para as profissões atuais e do futuro. O modelo de escola pública mais inovador do país segue a abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), em tempo integral, com atividades das 7h30 às 14h30.
O GET tem por objetivo potencializar o desenvolvimento de novas competências e habilidades, oferecendo aos alunos a possibilidade de realizar projetos de forma interdisciplinar para além do livro didático. As escolas contam com laboratórios maker. Tudo para que o estudante consiga desenvolver projetos próprios e aprender colocando a mão na massa, ao tempo que impacta o entorno escolar.
Já foram inaugurados mais de 100 Ginásios Educacionais Tecnológicos, atendendo a mais de 50 mil alunos. A previsão é que, até o fim de 2024, a rede municipal de ensino tenha 200 unidades deste novo modelo de escola. São atendidos alunos de todas as idades e de todas as regiões da cidade, promovendo uma educação pública de qualidade e integrada ao mundo contemporâneo.
Programadores Cariocas
O projeto Programadores Cariocas é uma política pública para formar e qualificar jovens em situação de vulnerabilidade social na área de programação junto às instituições de ensino previamente selecionadas. É destinado a refugiados e egressos do ensino público com ensino médio completo, com prioridade para negros, mulheres e trans.
Já foram formados 750 alunos. Além de bolsa (integral ou parcial), o Programadores Cariocas também oferece dois auxílios para todos os jovens matriculados: um financeiro de R$ 500 por mês e um computador. O curso é exclusivamente presencial e tem duração de seis meses (400 horas).
O Programadores Cariocas tem o objetivo de oferecer oportunidade de entrada no mercado de trabalho para os jovens mais vulneráveis. Além disso, também contribui para reduzir o déficit de profissionais qualificados na área de linguagens de programação e minimizar desigualdades sociais.
Para se matricular, é necessário ser residente na cidade do Rio de Janeiro, ter entre 17 e 29 anos, ensino médio completo e ser oriundo da rede pública de ensino. As vagas são preenchidas pelas pessoas que comprovem ser vulneráveis, com base no Índice de Desenvolvimento Social (IDS) calculado pelo Instituto Pereira Passos (IPP). Os refugiados não precisam ser oriundos de escola pública e nem mesmo estar dentro do IDS.