A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), por meio do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), realizou nos últimos meses, diversas ações relacionadas com as comunidades quilombola e tradicionais.
Entre as ações, duas se destacaram pelo ineditismo: foi a primeira vez que a banca de mestrado da Unimontes foi feita em território Quilombola e Terreiro de Candomblé, e a primeira vez também de uma indígena mestra pelo programa. Os mestrandos fazem parte do Grupo de Pesquisa para uma Educação Decolonial (Gdeco-Etnopo) e foram orientados pelo professor Heiberle Horácio.
O trabalho do mestrando Wellington Coimbra, intitulado “Candomblé de Angola no Quilombo Manzo Diá Luango: História, Ensinagens e Educação”, foi apresentado à banca nas dependências da comunidade de matriz africana Manzo diá Luango, no município de São Francisco, região Norte de Minas.
“Entender as ‘ensinagens’ é defender um outro modo de ser e viver o mundo, uma educação complexa e necessária para um Brasil negro e indígena. Foi um encontro entre a necessidade da educação com a valorização dos saberes tradicionais.”, destaca o mestrando sobre a apresentação na comunidade.
Tita Maxakali, integrante do Gdeco-Etnopo, também foi protagonista. Ao apresentar sua dissertação: “Os Processos Educativos das/nas Festas Canoeiros Maxakali, e as escolas coronel-murtenses”; tornou-se a primeira indigena mestra pelo PPGE.
”Fazer o mestrado foi um processo de construção coletiva que só foi possível porque fui apoiada por meu orientador, Heiberle Horário. Encontrei pessoas acolhedoras na Unimontes que me apoiaram e me ajudaram a superar as minhas dificuldades”, afirmou a indígena.