ENTRETENIMENTO

Os valentes trabalhadores que atuam no sobreaviso

Rosi Masiero


Secretaria de Mobilidade Urbana

O relógio marcava 23h52 quando o telefone vibrou. Imediatamente Williams olhou a mensagem, se virou e viu a esposa, que adormecia na sexta-feira chuvosa, ao seu lado. Ele avisou então que precisava sair. Mesmo sabendo o que significam as saídas noturnas do marido, ela indagou: “Você vai sair de novo?”.  Ao que ele sorriu, ainda sonolento, e foi.

Apressado, Williams foi para o local de trabalho, onde encontrou os amigos, vestiu os EPIs e saiu com a equipe para iniciar mais uma jornada, liberando duas ruas por causa da queda de árvores e galhos. Williams de Jesus Lino, funcionário da Urbam há 13 anos, tem experiência no atendimento deste tipo de ocorrências e integra uma das equipes de sobreaviso da Prefeitura.

A Prefeitura de São José dos Campos mantém durante todo o ano equipes de sobreaviso que seguem uma programação de escala. Durante o verão, as equipes recebem reforço para atender com prontidão ocorrências de quedas de árvores e galhos, limpeza em vias públicas, atendimento à população, entre outras.

Assim como Williams, diversos trabalhadores ficam no atendimento às ocorrências à noite e durante feriados e finais de semana. Cada qual tem uma função para que a equipe realize o serviço com qualidade, segurança e eficiência atendendo as expectativas da população.

“Quando recebemos a mensagem, temos que pensar calmamente no atendimento”, afirma Williams.

Já para João Paulo Silva de Andrade, supervisor na administração municipal, onde trabalha há 9 anos, a adrenalina entra em ação junto com o chamado. “Quando vamos sair da base, na regional, estamos bem preparados para a ação, com as ferramentas e equipamentos, mas nunca sabemos exatamente como será até chegarmos ao local”, afirmou. 

Williams e João contam que ao chegar no local de uma ocorrência, a equipe sobreaviso faz um plano dependendo da situação de cada caso, pois o objetivo maior é tranquilizar a população. “Muitas vezes, as árvores atingem a fiação elétrica e a primeira coisa que fazemos é isolar a área e esperar a EDP chegar”, relata Williams.

Segundo João, eles não sentem medo, pois já sabem como agir, “estamos compromissados com o trabalho”, frisou. 

Casos marcantes 

Cada um dos dois tem uma história que acham relevantes. João fala que o atendimento que mais ficou marcado foi em 2017, quando uma tempestade atingiu o bairro do Jardim das Indústrias. “Era uma coisa absurda, a ‘ferradura’, ficou cheia de árvores no chão, seguimos do trabalho para a ocorrência e ficamos até por volta da 01h para liberar a via”.

Williams se lembra do caso em 2022 que a Avenida Tivoli, muito arborizada, sofreu com quedas. “O local tinha muita fiação caída, carros atingidos e até casas. Como tem um hospital precisamos agir rapidamente à noite, e retornar pela manhã”. Em sua opinião, esse foi o caso mais marcante em que atuou. 

Os dois concordam que após o trabalho de atendimento, a sensação boa de dever comprido é “indescritível”. “Quando estamos atuando num setor público sempre temos o compromisso de fazer nosso melhor, o que nos motiva é a segurança da população”, comenta Williams.

Estradas

Um trabalho silencioso, que quase ninguém acompanha e que geralmente ocorre à noite, é realizado pela equipe que atende queda de barreiras nas estradas rurais. Com 40 anos de trabalho na Prefeitura, Dailson Moreno Sanches, é um especialista.

Supervisor de terraplanagem, Dailson avisa que o seu trabalho lhe dá muita satisfação. Ele e a equipe em que trabalha cobre cerca de 430 quilômetros de estrada rural. “Amo o que faço, sei da minha capacidade, da experiência do meu tempo de serviço é isso me enche de coragem”.

A coragem dele muitas vezes enfrenta a escuridão, barrancos, além do frio fome, sede. “Isso não é nada perto da satisfação que sinto quando tiramos barreiras de estradas e liberamos o local”. Ele reconhece que o trabalho pode ser difícil, mas como servidor público o foco é no bem-estar da população. “É isso que tenho em mente quando saio de casa para trabalhar no sobreaviso, avisa Dailson”.

 


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