A cidade do Rio é palco da conferência ALTA CCMA & MRO 2024, considerada um dos maiores eventos de manutenção e compras técnicas no setor aéreo da América Latina. O encontro, que se encerra nesta quarta-feira (5/6), na Barra da Tijuca, deve atrair cerca de 700 participantes e impactar a economia do turismo do Rio em US$ 1 milhão, segundo os organizadores. O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio, Chicão Bulhões, participou de abertura, representando o prefeito Eduardo Paes. Ele destacou para a plateia de empresários o trabalho da Prefeitura para transformar a cidade em um polo de negócios, e não apenas de lazer.
– O Rio não quer ser entendido somente como um lugar onde vocês vão à praia e têm um pouco de divertimento. Nós queremos ser um lugar onde as pessoas entendam que podem fazer negócios, encontrar parcerias e ter um ambiente para se discutir os problemas de sua indústria e os desafios pela frente. Temos o objetivo de nos tornarmos a Capital da Inovação e Tecnologia da América Latina. Pela primeira vez no Brasil, nós desenvolvemos um fundo chamado Fundo de Desenvolvimento da Aviação (para promover o destino Rio). São R$ 300 milhões para trazer novas rotas, novas frequências e novas companhias aéreas para o Galeão, que é um aeroporto que nós investimento muito para recuperar nos últimos anos. A mensagem aqui é de trabalharmos juntos para fazer da sua experiência a melhor possível. O Rio um bom lugar para visitar, investir e fazer negócios – destacou o secretário Chicão Bulhões.
A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), iniciou o processo de reequilíbrio do setor aéreo da cidade em 2021, para ajudar a recuperar o Aeroporto Internacional do Galeão e a reequilibrar os voos no Santos Dumont, que dava sinais de estar próximo de seu limite ou operando acima da capacidade: com atrasos, cancelamentos de voos e filas de carros. Estudos da secretaria apontaram que o caminho seria coordenar os aeroportos, transferindo parte dos voos do Santos Dumont para o Galeão.
As análises feitas com base em dados, na literatura do setor e em experiência de cidades pelo mundo, mostrou ainda como as mudanças poderiam impactar a economia. Cálculos da secretaria mostraram que a recuperação do Galeão poderia impactar em R$ 50,6 bilhões a economia do estado em 10 anos, gerando mais de 680 mil empregos no mesmo período. Os ganhos seriam também em relação ao frete: com o aumento de oferta de voos e uma maior competitividade, a tendência é de queda no valor de frete para pessoas e para a indústria fluminense.
Com apoio do governo federal, foram estabelecidas, a partir de outubro de 2023, regras para coordenação entre os aeroportos, resultando em aumento expressivo de passageiros e voos no Galeão, e desafogado o Santos Dumont. O aeroporto internacional do Rio recebeu novas rotas ou expansão em destinos como Roma, Nova Iorque, Milão, Dubai, Frankfurt, de companhias como Lufthansa, Ita Airways, Delta Airways, TAP Air Portugal Emirates, Avianca, entre outras. Em abril de 2024, o Galeão teve 93% mais passageiros que em abril do ano anterior. Em relação à carga, o aumento foi de 33%.
A escolha da realização do evento no Rio de Janeiro reforça o potencial da cidade em atrair eventos, fomentar o turismo, além de atrair mais investimentos. O Rio foi escolhido como sede do CCMA & MRO visando sua capacidade hoteleira, o atrativo turístico e as possibilidades de conectividade aérea. No Brasil, em 2023, quase 112,6 milhões de passageiros foram transportados no mercado doméstico e internacional. Com uma frota de 768 aeronaves, o país possui a maior frota da ALC, sendo um mercado imponente, mas ainda com muito potencial.
– O setor de MRO (manutenção, reparo e operação) no Brasil é gigante. Esse setor tem crescido nos últimos anos, impulsionado por aumento do tráfego aéreo e pela expansão da frota de aeronaves comerciais. Espera-se que o tamanho do mercado global de MRO cresça de US$ 74 bilhões em 2023 para US$ 79 bilhões, em 2024, a uma taxa de crescimento anual composta de 7,2%. O Brasil é um dos participantes mais importantes do setor, um grande hub regional de MRO, que representa um ponto estratégico para a manutenção de aéreas na região. A Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta) – uma associação privada sem fins lucrativos, que atende ao setor aéreo – tem o objetivo de desenvolver uma aviação mais segura, eficiente e sustentável na América Latina e no Caribe, valorizando o impacto que a aviação tem no desenvolvimento econômico e social – explicou o CEO da Alta, José Ricardo Botelho.
A conferência reúne agentes da indústria a fim de debater soluções para trazer eficiência e maximização do desenvolvimento do setor, além de seu impacto social e econômico na sociedade. Também com a intenção de gerar networking e fomentar negócios. Com um formato único, o evento promove cerca de duas mil reuniões entre empresas e fornecedores.
